Migração de Sites e SEO: Checklist Essencial

Olá pessoal de SEO! Vai passar por migração de site? Confira checklist para garantir uma migração segura para SEO e reduzir os impactos em seu site nos resultados orgânicos Google.

Migração de sites costuma ser algo um pouco temido, motivo de apreensão do ponto de vista de SEO. Se um site é modificado sem envolver SEO (ou comunicar apenas após concluir a migração), o tráfego orgânico poderá ser drasticamente afetado e levar tempo para recuperar, afetando diretamente os resultados que costumam vir dessa fonte de tráfego.

Lembrando que migração não significa sempre migrar um site inteiro, mas pode ser até mesmo uma migração parcial. Exemplo: migrar apenas a área do Blog, não o site todo.

SEO antes, durante e depois da migração do site

Por que vamos migrar o site? Precisamos mesmo fazer isso?

Pode parecer uma pergunta simplista demais para você que está lendo este artigo, mas é importante lembrar que migrar um site é complexo e pode ter várias implicações. Portanto, as respostas para as perguntas acima precisam estar bem claras a todos os envolvidos, de forma que justifique a migração (que precisa sempre focar para construção de algo melhor, obviamente).

Além disso, você sabe quanto SEO representa para o negócio da sua empresa? As áreas envolvidas no processo de migração (produtos, marketing, tecnologia ou qualquer outra) sabem o prejuízo ao negócio se não envolver SEO desde o início? Ter essa visão é fundamental para embasar todos os pontos mencionados a seguir e priorizar junto ao seu time de tecnologia. De repente, SEO é a fonte de tráfego que traz a maior parte da receita da cia e muitos desconhecem essa informação.

Quando vamos migrar o site?

Além do porquê, quando migrar também é uma pergunta importante. Migração pode impactar tráfego orgânico e levar meses para recuperação, portanto, evitar grandes mudanças próximas a período de maior expectativa de vendas, garantindo tempo hábil de estabilização e superação do tráfego, é a principal recomendação.

Descubra detalhes da sazonalidade de seu negócio antes de migrar, evitando proximidade com datas importantes (ex: se você atua com loja virtual, ideal é migrar meses antes da Black Friday).

Havendo certeza de que migrar será a melhor opção, a equipe de SEO precisa acompanhar antes (conforme checklist abaixo), durante a troca do site e, principalmente, depois da migração se tudo ocorreu dentro do esperado, além de monitorar métricas e a SERP se houve impacto, seja positivo ou negativo.

Tipos de migração de site

Quando um site será migrado, há diversos aspectos que podem fazer parte das modificações, assim como questões que permanecerão inalteradas – quanto mais “trocas” forem realizadas numa migração, maior a chance de impacto em SEO.

Por isso, é importante entender por qual tipo de migração seu site irá passar, ou se será uma combinação de vários tipos de migração ao mesmo tempo.

Migração de URL

Alteração de URL tem impacto direto no Google, afinal, é a URL que está no índice do buscador. Lembrando que alteração de URL significa qualquer alteração na URL, exemplos:

Migração de Conteúdo

Migração de conteúdo pode ser desde aumentar ou diminuir conteúdo (texto ou mídias, como imagens e vídeos).

Ou ainda, acrescentar ou remover páginas – no caso, o mais crítico é remover páginas, pois páginas excluídas serão removidas do índice do Google: havendo tráfego orgânico, será perdido. Neste caso, vale analisar suas páginas para definir o melhor caminho:

  • Unificar conteúdo e fortalecer uma página: pode ser uma boa estratégia se você tiver 2 ou 3 páginas de conteúdo muito raso, dividindo audiência – unificar conteúdo em uma única página poderá trazer mais força a essa página, redirecionando (301) as demais URL para essa URL principal;
  • Redirecionar para outra página: se a outra página for correlacionada ao conteúdo da página que será descartada, OK. Porém, não redirecione um grande volume de URL para uma única URL – além da experiência ruim ao usuário, o Google poderá classificar como soft 404 (ou seja, Google percebe que a página não existe mais, porém retorna status http 200 após algum status 300 de redirecionamento);
  • Remover página, ou seja, 404: por que não? Vejo que alguns profissionais têm medo de deixar status 404. O Google não penaliza site com 404, isso é mito! Não se esqueça: o site é seu e você tem o direito de remover páginas que não quiser mais mantê-las publicadas. Exemplo de situações para remover e deixar status 404: páginas com baixo tráfego e que não fazem mais sentido para o negócio, ou caso do soft 404 mencionado acima.

Migração de Arquitetura de Informação/UX

Plataforma é a mesma, conteúdo texto e mídia não irão mudar… mas a navegação, o front-end, será alterado.

Esse é um caso de migração que pode refletir diretamente na jornada do usuário em prol da conversão (seja qual for sua conversão, como download de um ebook ou venda em e-Commerce, por exemplo). Ou seja: impacto não apenas em SEO, mas independente da origem de tráfego, afeta CRO (taxa de conversão) em todas as situações.

Migração de Plataforma/Tecnologia

Este tópico se aplica desde plataforma como tecnologias diversas, exemplos:

  • Migração de renderização Server-Side para Client-Side;
  • Plataformas: há diversas plataformas de Blog, e-Commerce, entre outras. Trocar de plataforma exige conferir se a nova opção possui cobertura para questões importantes de SEO, se recebe atualização com certa frequência em caso de update do algoritmo do Google e, até mesmo, se pode influenciar em desempenho.

Alguns exemplos de plataformas:

  • Blog (muitas vezes usadas também para criação de site institucional): WordPress, Joomla, Drupal, Blogger;
  • e-Commerce: VTex, Magento, Oracle, Salesforce, Loja Integrada, NuvemShop, Tray;
  • Diversos: Wix, plataforma própria (desenvolvida internamente).

Migração de Hospedagem

Migrar de hospedagem pode até ser esquecido do ponto de vista de SEO, porém uma hospedagem inferior pode prejudicar diretamente a performance e estabilidade de seu site, portanto, requer atenção de que a migração será para hospedagem superior, melhor (senão, não vale a pena mudar).

Confira também a tabela de tipos de migração do site Online Marketing Gurus:

Tabela com tipos de migração de sites

Checklist para reduzir o impacto no tráfego orgânico

Liste as páginas mais importantes para o negócio

Antes do checklist: você sabe quais páginas são as mais importantes em resultados para a empresa, que possuem considerável tráfego orgânico? Ter essa visão é super importante, pois serão essas páginas as primeiras a checar se ocorreu tudo certo com elas na migração.

Aliás, talvez você até descubra que precisa fazer uma higienização de páginas, conforme mencionado acima em Migração de Conteúdo, seja unificando ou removendo páginas.

Checklist SEO para migração

Está passando ou vai passar em breve por migração? É hora de abrir o Excel e montar seu checklist:

1. Troca de URL

  1. Crie um mapeamento com lista De – Para de URL, ou seja, lista URL “De” é a atual/antiga e URL “Para” é a nova correspondente;
  2. Em algumas situações, a mudança na URL é aplicável em todas as páginas de maneira igual – neste caso, não se faz necessário listar todas URL (afinal, muitos sites podem ter centenas, milhares de URL), mas definir a expressão regular (regex) que será implementada;
  3. Redirecionamento 301 (permanente) – além de testar se foi criado redirect com status http correto (301), é importante assegurar que parâmetros serão passados no redirecionamento – lembre-se que a equipe de Marketing Digital utiliza parâmetros para taguear URL, rastrear e mensurar tráfego. Perder os parâmetros no redirecionamento é perder todo tracking de campanhas de MKT. E, ao testar se o redirect 301 foi criado corretamente, importante checar também a URL com http (se vai redirecionar pra nova URL com https) e sem www, caso seu site utilize o subdomínio www (se vai redirecionar para versão final correta com https e www);
  4. Conferir tag canonical se está com a URL nova correspondente da página;
  5. Conferir tag rel alternate hreflang se contém a a nova URL na correspondência do país;
  6. Conferir sitemap.xml se está com lista de URL novas;
  7. URL de imagens: não se esqueça que, no caso de mudança de URL de imagem, você pode ter 2 problemas – o primeiro ocorre quando o link no HTML dos conteúdos não é atualizado para a nova URL, quebrando todas as imagens; e o segundo é não ter redirecionamento 301, causando a perda de todas suas figuras que estiverem indexadas no Google Imagens. Portanto, fique de olho em URL de imagens na migração;
  8. Se trocou domínio, não se esqueça de criar nova propriedade na ferramenta Google Search Console (com seu novo sitemap.xml e seu arquivo disavow, caso utilize);
  9. Linkagem interna: converse com seu time de desenvolvimento sobre todos os links internos – com a troca de URL, haverá uma troca automática dos links pela nova URL OU todos os conteúdos ficarão com links antigos sendo redirecionados, e terá que trocar um a um pela URL nova? Se for a 2ª opção, é importante trocar os links aos poucos e não ficar redirecionando a todo tempo. Linkagem interna reforça a URL correta ao Google e evita somar tempo de redirecionamento no carregamento da página clicada pelo usuário.

2. Tags & atributos

  1. Meta-title: checar com time de desenvolvimento se as meta-tags de título serão mantidas no novo site, principalmente se houver troca de URL;
  2. Meta-description: assim como os títulos das páginas, importante checar se as descrições serão migradas corretamente, havendo troca ou não de URL;
  3. Conferir se Heading Tags estão com conteúdo organizado em hierarquia;
  4. Imagens: garantir com atributo Alt será mantido nas tags de imagem, descritivo importante para SEO e para acessibilidade.

3. Dados estruturados

Não se esqueça de garantir que a marcação de dados estruturados (seja marcação dentro do HTML ou JSON, por exemplo) seja mantida no novo site para não prejudicar seus Rich Snippets no Google.

Alguns exemplos mais comuns para lhe ajudar a conferir, certamente algum deles deve estar presente em seu site:

  1. Blog post;
  2. Produto e-Commerce;
  3. Reviews e-Commerce;
  4. FAQ;
  5. Vagas de emprego;
  6. Sitelink Searchbox;
  7. etc

4. Busca interna

Sobre a busca interna do site, 3 pontos de atenção para conferir:

  1. Se o padrão da URL de resultado de busca mudar, necessário reconfigurar no Google Analytics (GA) para ser mantido o registro dos termos pesquisados;
  2. Além do GA do tópico anterior, necessário reconfigurar a marcação de dados estruturados Sitelink Searchbox;
  3. Assegurar que todas as tratativas configuradas em seu site, que tornam os resultados da pesquisa interna mais inteligentes e assertivos, serão mantidas na migração.

5. Páginas e tecnologias diversas

  1. Não se esqueça de suas páginas AMP na migração;
  2. Possui Web Stories? Garanta que não serão perdidos;
  3. Por fim, fundamental checar se o novo site será Client-Side e garantir com o time de desenvolvimento que o conteúdo das páginas será fornecido por Server-Side e garantir renderização possível de leitura pelo Googlebot.

6. Otimizações de performance

Conferir Google Page Speed e métricas Core Web Vitals de seu novo site, afinal, migração deve ser para melhorar, não piorar performance, não é mesmo?

Solicite acesso ao ambiente de homologação do site novo, antes de ser publicado em produção, para analisar em ferramentas de performance (como Google LightHouse, Page Speed) o quanto a troca será para melhor do ponto de vista de agilidade e desempenho das páginas.

7. Conteúdo

  1. Importante checar se o novo site, em mobile, tem alguma perda de conteúdo que antes era exibido e agora pode ter sido ocultado para melhor enquadramento em dispositivos móveis;
  2. Ainda sobre conteúdo, garanta que todo texto importante ao seu site não será perdido, exemplo: avaliações de clientes. Reviews ou comentários são UGC – User-Generated-Content – extremamente relevantes para decisão de compra do usuário e para SEO (no caso, UGC ainda tem benefício de ser conteúdo grátis).

8. Atenção!

  1. Após migrar, é fundamental checar se as páginas que devem ser mantidas no Google estão sem noindex;
  2. Durante uma migração de site, não apenas SEO deve ser envolvido desde o início – é fundamental envolver times de Ads (mídia paga) e Analytics para ajuste de tagueamento (Google Analytics, Google Tag Manager) antes da migração, desligar as campanhas durante a migração e ajustar URL destino dos anúncios pós migração;
  3. Após migrar, se houve troca de URL, não use mais a URL antiga em nenhum lugar (linkagem interna, redes sociais, e-mails, por exemplo) – use apenas a URL nova para reforçar ao Google a atualização do índice.

Monitoramento de métricas pós-migração

Deu tudo certo na migração? Ótimo, agora é o momento de acompanhar as métricas e ter certeza de que tudo saiu conforme o esperado. Principalmente para as páginas que você listou acima como as mais importantes para seu negócio.

  • Dados Google Search Console: impressões, cliques, CTR, posicionamento médio;
  • Dados Google Analytics: sessões, tempo médio, páginas por sessão, taxa de rejeição, taxa de saída das principais páginas, metas, conversão (atenção: fundamental ter certeza de que não houve perda de tagueamento, script GA);
  • Métricas de desempenho Google Page Experience (através de Google Lighthouse, Page Speed);
  • Quantidade de páginas indexadas com a nova URL – pode levar um bom tempo até trocar todas as URLs no índice (quando há troca de URL), mas é importante acompanhar essa atualização;
  • Redes sociais e SAC: o volume de queixas cresceu ou reduziu? Os usuários estão reclamando de dificuldade para navegar no site?
  • E o principal: receita. As vendas foram afetadas?

Conclusão

Migração de site é sempre um momento crítico e todas as áreas envolvidas, sem exceção, precisam ter conhecimento de que uma migração irá ocorrer para se preparem dentro de seus escopos.

Seja SEO, Marketing, Vendas, Conteúdo, Operações ou qualquer outra área de negócio que possua alguma dependência do site precisa ser notificada com antecedência, para garantir que nada irá se perder pós migração – pelo contrário – deverá ser mantido e superado para melhor, afinal, todo trabalho de migração deve ser para melhorar os KPIs do site, não é mesmo?

É natural que haja algum impacto inicial em SEO, principalmente se for realizada uma somatória de migrações mencionadas acima (plataforma, URL, conteúdo), tráfego a ser recuperado semanas (ou meses) depois.

Por isso, é fundamental que os stakeholders estejam cientes da possibilidade de algum impacto inicial. A dica é: procure migrar sempre em momentos de baixa de vendas, conforme a sazonalidade do seu negócio, com tempo hábil de recuperação até o período de maior tráfego (ex: se você atua com e-Commerce, migrar na véspera da Black Friday não é uma boa opção).