UGC – Conteúdo Gerado por Usuários: o que é + vantagens

UGC é a sigla em inglês para User Generated Content, traduzida como Conteúdo Gerado pelo Usuário.

Quem atua com Marketing de Conteúdo e/ou SEO sabe das vantagens do conteúdo que não é elaborado pela própria empresa, mas criado por usuários, clientes e até mesmo por funcionários de outras áreas da cia.

Inclusive, as redes sociais só existem em razão de UGC – se as pessoas não inserirem seus conteúdos (seja texto, imagem ou vídeo), redes como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, por exemplo, não existiriam da forma como conhecemos hoje, afinal, esses sites não criam conteúdo – apenas fornecem um aplicativo (um canal) para que os usuários se expressem.

O que me motivou a escrever este artigo foram as menções sobre UGC em dois eventos de e-Commerce que participei em setembro de 2024. Eu me surpreendi com o fato de UGC fazer parte da pauta de duas palestras, sendo que não é algo novo (ou não deveria ser…) para quem atua com Marketing Digital. Seria uma sigla não habitual no Brasil para um conceito não tão novo?

Uma das palestras foi no evento e-Commerce ES, realizado na cidade de Serra no estado do Espírito Santo, em que o palestrante mencionou User-Generated-Content como parte das ações táticas que têm sido adotadas na estratégia da cia. E a outra palestra com menção de UGC ocorreu no evento Vozes do e-Commerce, na cidade de São Paulo, recomendado por uma reconhecida consultora de Marketing.

O que é UGC? Exemplos de conteúdo gerado pelo usuário

Conteúdo gerado pelos usuários significa qualquer tipo de conteúdo como texto, vídeo, imagem, áudio que os próprios usuários alimentam em um site ou aplicativo para celular. O exemplo principal de UGC é o conteúdo publicado em redes sociais, conforme mencionado no início do artigo.

Mas como ter UGC em meu site não sendo uma rede social? Exemplos comuns desse tipo de conteúdo:

1. Comentários em postagens: permitir comentários em determinadas publicações, como notícias ou artigos, são uma forma de ter conteúdo complementar ao texto publicado, com ponto de vista do seu público, da sua persona.
2. Avaliações (reviews – exemplo na imagem acima extraída do site Shein): conteúdo essencial para sites que vendem produto ou serviço, como lojas virtuais (e-commerce) ou landing pages de captação de leads. Quem nunca conferiu opinião de outros clientes (e até mesmo fotos) para tomar a decisão final de compra? Não substime o feedback de seus clientes, publique e utilize a seu favor – não somente com o objetivo de UGC, mas também como prova social, detalhada em detalhes no tópico de vantagens, em sequência neste artigo. Além disso, lembre-se que as reviews permitem o uso de marcação de dados estruturados para resultados que chamam a atenção do cliente nos resultados Google (Rich Snippets).
3. Perguntas & Respostas (Q&A): bem comum em sites marketplace, em que você interage com vendedores que vendem dentro de plataformas de grandes e-commerces, como Amazon, Mercado Livre. São as perguntas que interessados realizam aos vendedores para esclarecer dúvidas antes de comprar, respondidas pelo vendedor (não pela empresa proprietária do site). É uma tática similar a uma página de dúvidas frequentes (FAQ), porém Q&A é alimentada pelos próprios visitantes.
4. Buscas internas no site e outros pontos de contato: apesar de não serem textos publicados, ou seja, são apenas para sua consulta, palavras-chave buscadas dentro do site trazem insights valiosos sobre conteúdo que o usuário espera encontrar. Confira mais no artigo 7 Dicas para Ter IDEIAS de CONTEÚDO. Texto que os usuários escrevem em pesquisas como NPS, CSAT e até mesmo no SAC ou Reclame Aqui também são conteúdos para apoiar nessa produção de conteúdo direcionado à dor do consumidor.

Importante:

Dependendo do seu site, considere ter uma curadoria do que será publicado, ao menos uma black-list com palavras que poderão transformar UGC em um problema, exemplo: palavrões, termos que poderão ser mal vistos por um potencial novo cliente (ou até mesmo pelo Google), menções a concorrentes.

Seja um filtro que atua de forma automática ou não para publicação, sempre é importante ter esse cuidado com qual conteúdo seus futuros clientes irão encontrar em seu site. Comentários em publicações também são sujeitos a receber spam, portanto, atenção com moderação para não lhe gerar problemas em SEO.

Vantagens de ter UGC em seu site

1. Conteúdo com palavras-chave mais populares (e buscadas!): há termos de busca usados de maneira mais informal e com palavras mais populares que nem sempre poderemos utilizar em textos da empresa (inclusive, até mesmo escrita com erros se enquadram aqui). Desta forma, ter conteúdo escrito por usuários gera abertura para escrita informal que as pessoas buscam da maneira que falam no dia a dia. Com isso, beneficia em raqueamento orgânico nas pesquisas populares, pois garante determinadas keywords em seu site.
2. Prova-social: dependendo do conteúdo, como o caso de avaliações (reviews), são pessoas falando sobre o seu produto ou serviço e como foi útil para a vida delas. Para quem estiver em dúvida se deve ou não comprar o que você vende, ter o “selo”, a comprovação de quem não tem vínculo com a empresa, porém já utilizou e gostou, certifica do quanto vale a pena comprar. É claro que o oposto também ocorre (receber queixas e perder novos clientes). Portanto, essencial garantir a qualidade do seu produto ou serviço, do início até a fidelização.
3. Conteúdo grátis: ter os usuários gerando conteúdo para você significa ter conteúdo grátis, que você não pagou por ele, e ainda super rico de palavras-chave importantes da forma como as pessoas buscam, conforme tópico 1.

EGC – Employee Generated Content

EGC representa uma sigla que torna User-Generated-Content mais específico: conteúdo gerado por funcionários. Confira detalhes e vantagens em aproveitar o conhecimento técnico e aprofundado de pessoas de sua empresa pra produzir conteúdos neste artigo:

EGC – Conteúdo Gerado por Funcionários

Caso prático de uso – Experiência com UGC+EGC

Nos momentos de carreira atuando em e-commerce, as reviews sempre foram essenciais pelos motivos já citados anteriormente: UGC com keywords populares, prova-social e marcação Schema para resultados no Google com Rich Snippets.

Porém, compartilho um case de UGC + EGC com vídeo que tive a oportunidade de liderar nos anos em que trabalhei na Pearson (entre 2019 a 2021), empresa britânica de educação proprietária de diversos produtos educacionais em vários países. Esse projeto foi implementado na marca Wizard by Pearson, rede de franquias de ensino de idiomas com escolas em todo o Brasil.

Não é novidade que há diversos professores de inglês utilizando vídeos em redes sociais para conquistarem novos alunos. A partir disso, surgiu a ideia de criar um canal no YouTube capaz de promover a marca Wizard utilizando (e engajando) quem mais representa a marca no ensino de inglês: professores das escolas de todo o Brasil.

YouTube: dicas de inglês com professores – EGC

Em dois dias de estúdio improvisado, dezenas de vídeos são gravados a partir de roteiros criados pelos próprios professores, com posterior edição para acréscimo de plano de fundo e elementos visuais.

Por custo muito baixo, conteúdo gerado pelos funcionários foi criado para atender meses de publicação no YouTube com vídeos que expõem didática do profissional com a identificação de quem está perto. Sotaques e gírias mudam de um lugar a outro num país continental como é o Brasil, e colocar alguém para explicar inglês que fala semelhante a quem assiste traz mais identificação com o público, que é composto também por prospects, futuros clientes da escola local.

A vantagem de abordar o regionalismo de todo o Brasil nunca seria alcançada com uma celebridade atuando nos vídeos, muito menos por custo tão baixo. Além disso, esse tipo de ação traz engajamento e sensação de pertencimento para quem trabalha por escolas de todo o país e se vê representado(a) pela marca franqueadora.

YouTube Shorts: avaliações de clientes – UGC

Quando o YouTube lançou a funcionalidade “Shorts“, os vídeos de curta duração na vertical para concorrer com o TikTok, uma nova ideia surgiu de UGC para o mesmo canal: convidar alunos das escolas de idiomas para gravarem um depoimento sobre a experiência com o curso, utilizando celular na vertical e, obviamente, com orientações para um vídeo de melhor qualidade (luz, ruído, duração, evitar espelho atrás, etc). Em reviews, também é possível orientar como escrever avaliações melhores, alguns e-commerces têm páginas de orientação especialmente para avaliação com fotos.

Importante: em caso de não ser um conteúdo espontâneo como uma avaliação de produto, mas uma solicitação da empresa, é essencial elaborar um termo jurídico para ser assinado com autorização de uso de voz e imagem por tempo indeterminado pela marca, evitando possíveis problemas futuros.

Resultado do uso de UGC+EGC para o negócio

Em um momento com muitos criadores de vídeos ensinando inglês no YouTube, este projeto que contou com a participação de professores e alunos contribuiu para a marca sair de menos de 20 mil inscritos para alcançar mais de 300 mil inscrições no canal, além do posicionamento competitivo com creators desse tipo de conteúdo.

Apesar de investimentos em anúncio com objetivo de atrair inscritos/tráfego para os vídeos, um canal sem conteúdo útil não se sustenta só com vídeos de campanhas comerciais, pois vai além de inscritos, mas envolve o engajamento (curtidas, comentários, compartilhamentos) e, principalmente, fidelização (de alunos e funcionários) e aquisição de novos alunos por baixo custo.

Conclusão

Espero que esse artigo tenha lhe inspirado em desenvolver projetos que envolvam o engajamento de usuários, clientes e até mesmo funcionários para criar conteúdos relevantes para a sua marca através de User-Generated-Content – ajudando em SEO com baixo custo e na decisão de compra por novos clientes a partir de positiva prova social. 🙂

Esse artigo foi 100% escrito por (minha) inteligência humana.